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Resolver o problema de conectividade para pensar em inclusão e acesso a serviços digitais

Hello, Hello!

Sim, esta Nido vai falar de uma das empresas que investi, mas antes quero dar um pouco de contexto até para explicar a força dos ecossistemas nesta nossa nova era.

Essa semana em Stanford pude participar de várias conversas e interações extremamente ricas. Não existe uma única disciplina que não esteja explorando, estudando e discutindo o impacto de IA. Em nossa sessão semanal sobre IA na educação, Guilherme Lichand, Sassaki e eu, recebemos o professor Mohammad Ghassemi. Mohammad é phD pelo MIT e head do data lab na Universidade de Michigan, sendo autor de mais de 60 artigos científicos, que foram citados mais de 9.500 vezes. Ele veio para discutir como a IA impacta não só a educação, mas a sociedade em geral. Ele é também o head de Data Science da Traive.

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A ideia dessa sessão foi entender como os LLMs (Large Language Models)
podem acelerar o aprendizado e a construção de conhecimento e também qual o risco do aumento da desigualdade social pós lançamento comercial dos grandes foundational models.

O prof. Mohammad trouxe a perspectiva de como os educadores já têm usado o LLMs para sintetizar o conhecimento e entender a melhor maneira de transmiti-lo na sala de aula, melhorando a experiência e o aprendizado em geral. E, por fim, a ideia de que a IA pode ser um co-pilot ou mentor que vai entender o exato momento em que o aluno precisa de ajuda em algum conceito e intervir na forma mais adequada para cada indivíduo.

 
Para pensar em inclusão e acesso a serviços digitais, ainda temos que resolver o problema de conectividade tanto das escolas e professores, quanto das famílias e indivíduos.

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A grande – e ainda – lacuna é sobre a capacidade das pessoas e dos governos de pagar por esta tecnologia. Ou seja, entender se há uma equação sustentável entre o desenvolvimento comercial destas grandes plataformas, o nível de aprendizado dos usuários, o poder aquisitivo dessas pessoas e se os governos terão condições de pagar toda esta conta. O norte-americano, por exemplo, já conseguiu resolver o problema de conectividade e de disponibilidade de computadores e tablets nas escolas há algum tempo e, recentemente, o Open AI abriu o ChatGPT de graça aos professores.

Já o Brasil está alguns importantes passos atrás. Para pensar em inclusão e acesso a serviços digitais, ainda temos que resolver o problema de conectividade tanto das escolas e professores, quanto das famílias e indivíduos. Apesar do acesso à Internet estar presente em 94% das escolas brasileiras, apenas pouco mais da metade delas (58%) possuem computadores (notebook, desktop e tablet) e conectividade à rede para uso dos alunos. Em relação à qualidade do acesso à Internet, 52% das escolas estaduais e 29% das escolas municipais tem internet com 51 Mbps ou mais de velocidade. Em pesquisa realizada pelo Cetic.br, 84% dos professores entrevistados apontam que o principal gargalo para uso de tecnologia está na falta de disponibilidade de computadores para uso dos professores ou dos alunos nas escolas e somente 12% dos professores fazem atividades recorrentes com o uso de tecnologia.

Apesar da penetração de telefonia celular ser altíssima no Brasil, 60% da população (ligada aos planos pré-pago e controle) são considerados desconectados ou subconectados… eles não conseguem manter acesso contínuo a internet: 37% dos brasileiros têm conexão média por 10 dias no mês e 23%, por 20 dias.

 
 
Podemos estar bem próximos de uma solução viável de conectividade para a população brasileira.

Como acontece isto? Hoje as operadoras exigem duas recargas de R$15 por mês ou uma recarga mínima de R$30 por mês nos canais proprietários das operadoras. Nos canais convencionais de recarga (ex: app de banco ou cashback) a recarga mínima é de R$20. O mais impressionante é que essa recarga mínima tem validade. Se não for usada em 15 dias, o cliente perde seus créditos. Além disso, as operadoras cobram ao redor de R$2,90 por semana de uso, mais R$2,19 por dia para uso da caixa postal, o que significa um consumo adicional de crédito sem nenhum retorno ao usuário e, na grande maioria das vezes, sem que o usuário saiba que tem opção de cancelamento do serviço de caixa postal.

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As implicações disso são enormes, não só para educação:

Geração de renda: 48% da força de trabalho no Brasil é informal e somente 1% por opção. Esse contingente que sustenta metade das famílias brasileiras depende fundamentalmente do telefone celular para acessar oportunidades de trabalho. As pessoas que trabalham para as plataformas digitais Rappi, iFood, Loggi, Uber e outras, dependem de acesso à Internet para realizar suas atividades profissionais

Cidadania: 72% dos serviços do governo brasileiro só são oferecidos via internet

Identidade e segurança: grande parte da população de comunidades e favelas não possuem endereço, sendo o número do celular a única fonte de identificação dessas pessoas. A falta de segurança nessas comunidades é enorme e a maioria das famílias sofre demais com a falta de comunicação com seus familiares.

E é por isto que invisto em VC. Porque tem muita gente boa trabalhando diariamente para resolver estas questões. E, por causa de uma dessas empresas, podemos estar bem próximos de uma solução viável de conectividade para a população brasileira. E, com ela, abrir espaço para várias iniciativas, inclusive na educação. E a responsável por este grande e importante marco é a TáOn – empresa que investi em meados em 2023. E o que ela fez? Criou uma solução flexível de conectividade móvel capaz de inserir – verdadeiramente – milhões de brasileiros na economia digital.

Tudo começou quando os fundadores da TáOn ficaram 1 ano imersos na dor da subconectividade junto a comunidades da região de Poá, Ferraz de Vasconcelos e Suzano (São Paulo), além dos entregadores e motoristas de aplicativo. Seguindo o playbook de “Product Led Growth” e inspirados em soluções “micro-payments”, eles criaram o conceito de Micro Produto de Conectividade Móvel (MPCM). 

 
 
 
A TáOn se adequa à imprevisibilidade de renda da maioria da população brasileira.

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A partir deste MPCM, um estudante poderá escolher usar e pagar só o WhatsApp durante um único dia, mantendo-se em contato com sua família enquanto está fora de casa, e ter acesso ao Descomplica liberado. Uma mãe de família poderá por menos de R$25/mês ter acesso a uma assinatura que a mantém conectada com sua casa, com seu trabalho e sua rede de apoio tendo acesso ilimitado a aplicativos de sua escolha como: whatsapp, Facebook, Insta, etc. Uma entregadora poderá fazer “seu corre” tranquila sabendo que os aplicativos que são importantes para sua geração de renda estarão sempre liberados (iFood, Rappi, Daki, Zé Delivery, Shopper, Google Maps). Tudo isso poderá ser configurado pelo próprio usuário no app da TáOn de forma bastante intuitiva. A TáOn se adequa à imprevisibilidade de renda da maioria da população brasileira.

A maior parte dos bens e serviços no mundo digital incentivam o aumento do engajamento entre as plataformas e usuários e o consumo de produtos e serviços digitais como forma de aumentar geração de receita e coleta de dados. A TáOn inverte a lógica de consumo de serviços de telefonia e vai sim mudar o paradigma de cobrança até então, causando mais um salto na evolução do relacionamento entre empresas e consumidores. A TáOn traz valor e dá acesso a uma demanda reprimida ao permitir maior eficiência no uso dos dados e gestão sustentável dos recursos dos clientes. Ela faz tudo isso se conectando a rede das operadoras sem gastar com infraestrutura física.

O The Right to Win da TáOn está intimamente relacionado com o The Right to Win de milhões de pessoas por viabilizar uma inclusão social produtiva, inserção no mercado de trabalho e cidadania digital.

E por causa da TáOn, todo um ecossistema se abre. Ao trazer uma alternativa para demanda reprimida por conectividade e inclusão digital, a empresa possibilita, como consequência imediata, maior acesso a produtos de educação que não chegam a essas pessoas por causa de todo o contexto atual mencionado acima.

 
 
 
 
Inúmeros caminhos se abrem, não só para usuários, mas para novas empresas e soluções.

Conectividade é o primeiro passo para que 120 milhões de Brasileiros tenham acesso a conteúdos de educação na Internet, que muitas vezes são de graça – YouTube, Khan Academy, boa parte do conteúdo do Duolingo, entre outros. Com a flexibilidade que a TáOn oferece, a lógica dos pacotes (bundle de serviços) também pode ser invertida: ao comprar um curso no YouTube, Hotmart, ou qualquer plataforma de EAD, o plano de acesso a internet pode vir incluso – assim o cliente não corre o risco de sua banda acabar antes de concluir o custo ou de gastar mais com conectividade do que o valor do próprio curso.

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Ou então, por que não pensar que parte do valor doado à instituições como Gerando Falcões ou para educação possa ser canalizado ao acesso à conectividade? E se para cada nível de proficiência alcançado no Khan Academy, o estudante ganhar acesso a um app ou jogo? Inúmeros caminhos se abrem, não só pra usuários, mas para novas empresas e soluções.

Para terminar, a forma com que a TáOn se conecta às operadoras de telefonia é universal. O que significa que a TáOn pode expandir sua atuação para todas as regiões e países do mundo. O que me leva de volta ao querido professor Mohammad. Nós questionamos se ele entende que o Chat GPT pode vir a ser um co-pilot para os mais de 20MM de brasileiros analfabetos ou semi-analfabetos, dado o caráter conversacional das plataformas de IA. E a resposta foi a melhor possível: “por que não pensar que o Chat GPT vai viabilizar o surgimento de soluções de alfabetização? Se imaginarmos o quão constrangedor deve ser para um adulto se assumir analfabeto, e que além do acesso à educação, a vergonha pode ser uma restrição adicional ao esforço, ter a possibilidade de aprender com o celular, pode ser um alento enorme.”
Não vejo a hora de ver a TáOn trazendo novas perspectivas e o The Right to Win para milhões de pessoas.

Vamos juntos?

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