Hello, Hello!
Na primeira parte desta série, exploramos a importância dos ecossistemas e como eles podem ser um diferencial crucial para as startups que buscam se destacar em um mercado competitivo.
Hoje, vamos nos aprofundar na tese de Growth e discutir os desafios e oportunidades que surgem ao tentar conquistar o mercado dos pragmáticos.
Quem são os Early Majority ou Pragmáticos?
Os pragmáticos representam 64% do mercado total e são conhecidos por sua cautela na adoção de novas tecnologias. Diferente dos early adopters, que abraçam a inovação com entusiasmo, os pragmáticos preferem produtos completos e bem estabelecidos, com suporte abrangente. Eles não se contentam com MVPs ou soluções inacabadas; demandam qualidade, funcionalidade e uma experiência de usuário sem atritos.
Os Desafios na Transição para o Crescimento
Alcançar os pragmáticos não é uma tarefa simples. Muitas startups encontram dificuldades nessa fase, especialmente ao tentar oferecer um produto que atenda às altas expectativas desse grupo. Além disso, a comunicação, o marketing e a visão estratégica precisam ser ajustados para esse novo público, que é muito mais diverso e exigente do que os early adopters.
A Relevância dos Ecossistemas no Contexto de Growth
Um dos motivos pelos quais sou uma entusiasta de marketplaces e comecei a analisar as dinâmicas de ecossistema a partir dessas plataformas é que elas já nascem com o mindset de agregar e incentivar o engajamento de múltiplos stakeholders. Desde o início, o produto contempla uma estratégia de agregação de valor para pelo menos dois lados – oferta e demanda.
Com a estratégia certa e o apoio de um ecossistema bem estruturado, é possível atingir um crescimento sustentável e garantir a liderança no mercado.
Além disso, ao longo da minha experiência, percebi que as startups que conseguem construir ecossistemas robustos ao redor de seus produtos têm mais sucesso em conquistar os pragmáticos. Em vez de tentar desenvolver todas as soluções internamente, essas empresas formam parcerias estratégicas que agregam valor tanto para os clientes quanto para a plataforma. Essas parcerias não só complementam o produto, mas também ajudam a desbloquear mercados e a atender demandas reprimidas.
Desafios Regionais no Mercado B2B
Vale ressaltar que, na América Latina e no Brasil, o cenário B2B traz desafios adicionais. Embora a população tenha altos níveis de engajamento e consumo de produtos digitais, a penetração e profundidade de adoção de soluções empresariais são bastante baixas. A maior parte dos usuários encontra dificuldades para adotar funcionalidades mais complexas, o que distorce a percepção de custo-benefício.
Por isso, parcerias são fundamentais nesses casos, pois permitem a customização e adaptação das plataformas para diferentes tipos de usuários e necessidades. Em algumas situações, esses parceiros até desempenham parte das funções mais complexas, facilitando a experiência dos clientes finais.
Os early adopters
têm perfil inovador
– assimilam e adotam
novos conceitos
e produtos muito
cedo por que tem
facilidade de imaginar,
entender e apreciar
os benefícios da
inovação experienciada.
Estratégia e Modelo de Gestão
Ao superar essa fase crítica, as startups precisam de uma mudança profunda na mentalidade e na estratégia de gestão. A agilidade do bootstrap precisa dar lugar a um planejamento estratégico mais meticuloso, que envolva não apenas o produto, mas toda a cadeia de valor e os diversos stakeholders envolvidos.
A jornada para conquistar os pragmáticos é cheia de desafios, mas com a estratégia certa e o apoio de um ecossistema bem estruturado, é possível atingir um crescimento sustentável e garantir a liderança no mercado. Na próxima parte, continuaremos explorando as nuances dessa trajetória e como ajudar startups a navegarem com sucesso por esse caminho. Sit Tight!