Hello, Hello!
Nas primeiras partes desta série, mergulhamos na importância dos ecossistemas e como eles podem impulsionar as startups para além dos desafios do mercado inicial.
Agora, eu quero endereçar uma pergunta que sempre aparece nas conversas com investidores: diante de tantos desafios, por que apostar na tese de ecossistemas?
Barreira de Entrada e Diferencial Competitivo
A trajetória de uma startup se baseia em construir barreiras de entrada robustas o que se traduz em criar vantagens competitivas sustentáveis, difíceis de serem superadas. 
Sendo mais precisa, estamos falando de construir um conjunto de atributos e soluções que, por causa da sua profundidade, conhecimento técnico e intimidade com a persona (usuários), tornam o produto ou proposta de valor irreplicável.
Esses atributos ou inovações – que podem ser tecnológicos, metodológicos, de mercado ou até mesmo de relacionamento com stakeholders – é peça chave para o desenvolvimento da estratégia de qualquer negócio. Eles vão garantir que a startup cresça e conquiste escala e eficiência com o tempo.
A combinação de uma proposta de valor única, crescimento acelerado e eficiência, é um desafio e tanto. E, como tudo, desafios também evoluem. No passado, o produto ou a tecnologia por si só era uma barreira de entrada duradoura. Quando a Ford trouxe o T Model para o mercado, o produto, juntamente com a técnica de produção em larga escala, se tornou uma vantagem competitiva que demorou 10-15 anos para ser desbancada pela GM.
No mundo do software, as vantagens competitivas passaram a ter durações bem menores, o que levou as empresas a se preocuparem em construir estratégias de GTM e canais de distribuição, com a finalidade de fazer com que o produto atinja um maior número de consumidores rapidamente, bem como usar a própria interação entre usuário e solução para trazer insights às novas funcionalidades e melhorias que mantivessem os competidores distantes.
A combinação de uma proposta de valor única, crescimento acelerado e eficiência, é um desafio e tanto. E, como tudo, desafios também evoluem.
Nos últimos anos, acentuados pelo advento de IA, produto e canal já não davam mais conta de garantir barreira de entrada por muito tempo. Ficou ainda mais fácil replicar tecnologia e, sem vantagens claras, a competição tornava canais inviáveis economicamente de forma muito rápida. Como construir, então, vantagens competitivas longevas e um canal de distribuição eficiente nesse contexto, onde construir tecnologia não é mais segredo?
O que fica claro é que, ao investir em um ecossistema, você não está apenas apoiando uma ideia ou produto, mas um sistema interconectado de soluções que cresce em conjunto. Isso cria uma resiliência que outros modelos não conseguem oferecer.
“Funding Gap” e a Oportunidade de Venture Growth Equity
O famoso “vale da morte” para as startups é real —falta capital, falta entendimento dos desafios e, portanto, falta um suporte estratégico adequado. Mas a combinação de tudo isso é uma grande oportunidade para quem conseguir fazer jus a este tripé. Sem contar que, neste vale, existe espaço para revisar valuation, caso a startup carregue possíveis distorções ocasionadas no early stage, além da possibilidade de compra de ações secundárias, ambas estratégias relevantes para maximizar retornos. O retorno ajustado ao risco é bastante atrativo, o que torna essa oportunidade difícil de ser ignorada.
Estratégia de Criação de Valor
Como já exploramos, os desafios enfrentados pelas startups no estágio de growth são muito diferentes dos enfrentados no início da jornada. Portanto, ajustar a estratégia de criação de valor é indispensável para continuar agregando e promovendo o crescimento. O investidor que entende essas diferenças se torna um parceiro capaz de impulsionar a transformação.
Chegamos ao fim da nossa série Growth. Espero que tenham gostado e, para aqueles que querem saber mais sobre as oportunidades de investimento dentro desta tese, terei o maior prazer em conversar e apresentar o que tenho em mãos.
Vamos juntos?
